A doença, causada pelo vírus Varicela-zoster
e, por isso, também chamada varicela, é mais rara em adultos. Cerca de 90% das
pessoas têm a catapora ainda na infância, entre 2 e 8 anos. Como a doença às
vezes é assintomática, muitos adultos nem desconfiam que tiveram o problema
quando pequenos. As feridinhas poderiam ser confundidas com picadas de inseto e
a febre, considerada apenas ocasional.
Mas os médicos constatam que, ao se
manifestar no indivíduo adulto, o vírus consegue causar mais complicações. Ao
comparar com a catapora na criança, é possível observar que nos adultos
aparecem mais lesões. Além das feridinhas espalhadas pelo corpo, outros
sintomas que acometem os pequenos, como febre alta, fadiga, falta de apetite e
dor de garganta, também dão as caras nos mais velhos. Num quadro de varicela, o
organismo também se torna alvo fácil de outros microorganismos, sobretudo das
bactérias. Elas podem ser responsáveis por infecções de pele, além de otites e
sinusites.
As complicações mais sérias, no
entanto, ocorrem quando o Varicela-zoster migra para órgãos estratégicos como
os pulmões ou o cérebro. Pneumonias aparecem como decorrência da catapora por
duas razões: ou o vírus venceu a resistência e invadiu o pulmão ou, como o
corpo está mais suscetível, bactérias conseguem desencadear a infecção. A
ameaça ao cérebro é gravíssima. Embora seja mais difícil de acontecer, o vírus
pode atacar o encéfalo causando dores de cabeça, febres, vômitos e convulsões
sintomas parecidos com os da meningite.
E esse perigoso ataque ao cérebro é
capaz de deixar sequelas, já que as lesões causam paralisias e distúrbios
motores. A lista de encrencas derivadas da doença é grande. Entre as
complicações mais raras, dá para destacar hepatites, pancreatites e até
infecções na retina. Nos imunodeficientes, como portadores de HIV ou pessoas
com câncer, a varicela deve acionar todos os alertas.
Doença na
mira
Se não pode ser destruído de uma vez
por todas, ao menos é possível manter o vírus inativo. Para combater a catapora
nos adultos, os médicos indicam remédios que acabam com os sintomas. Receitam
antialérgicos para acabar com as coceiras nas lesões de pele e antitérmicos
para abaixar possíveis febres. Os antivirais só entram em ação nos pacientes
imunodeficientes.
Mas e a vacina? Embora se destine à
criançada, o imunizante pode ser aplicado nos adultos saudáveis. São duas doses
complementares que devem ser tomadas num intervalo de um a dois meses. As
chances de um adulto vacinado ter a doença e suas complicações caem bastante e a proteção é de 90%. E, se mesmo com a
vacina o vírus se manifestar, os sintomas da catapora aparecerão de forma
atenuada. Prevenindo a catapora, indiretamente se previne o herpes-zóster e a
reativação do vírus.
Fonte: M de Mulher