A OMS recomenda não usar fones de ouvido
durante mais de uma hora por dia, e a escutar num nível baixo. No volume
máximo, ouça por apenas quatro minutos.
O barulho está por toda a parte. Mas a epidemia de ruído dos dias
atuais acontece, no entanto, em silêncio. Mais especificamente dentro dos fones
de ouvido. Ninguém está a salvo dela, mas o problema, que já se tornou
crônico, afeta particularmente os jovens.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que 1,1 bilhão de jovens em todo o
mundo correm o risco de sofrer perda auditiva devido à exposição ao barulho
causada por seus hábitos diários. Nos países desenvolvidos, a situação é
tão grave que, de acordo com estimativas, mais de 43 milhões de pessoas, entre
12 e 35 anos, já sofrem de surdez incapacitante.
Em um relatório publicado pela OMS, a organização estimou que 50%
dessa faixa etária (12 a 35 anos) está exposta a riscos pelo uso excessivo de
tocadores de mp3 e smartphones, e 40% pelos níveis de ruído prejudiciais de
discotecas e bares. Mas como saber quando estamos causando danos, talvez
irreversíveis, a nossos ouvidos?
Especialistas avaliam que 85 decibéis (dB) até 8 horas é o nível máximo de
exposição sem riscos a que um ser humano pode se submeter. Esse período de
tempo diminui na medida em que a intensidade do som aumenta.
Não se trata de uma tarefa fácil, especialmente considerando que o
volume de dispositivos de áudio pessoais, como tocadores de mp3, pode variar
entre 75 dB e 136 dB no nível máximo. O relatório da OMS recomenda, contudo,
que as pessoas usem esses aparelhos não mais do que uma hora por dia e a um
volume baixo.
Já em discotecas e bares, os níveis de ruído podem variar entre
104 dB e 112 dB. De acordo com os parâmetros determinados pelo órgão da ONU,
permanecer mais de 15 minutos nesses locais não é seguro. O mesmo se aplica em
instalações esportivas, onde o nível de ruído oscila entre 80 dB e 117 dB.
Segundo médicos, a exposição a esses ambientes provoca cansaço nas
células sensoriais auditivas. O resultado é a perda temporária da audição ou
acúfeno (sensação de zumbido no ouvido). A capacidade auditiva melhora na
medida em que as células se recuperam, mas quando "os sons são muito
fortes ou a exposição ocorre regularmente ou de forma prolongada, as células
sensoriais e outras estruturas podem ser danificadas permanentemente, causando
uma perda irreversível da audição", informa a OMS.
Para se ter uma ideia, uma pessoa que ouve 15 minutos de música a
100 dB está exposta a níveis semelhantes de ruído aos níveis enfrentados por um
operário que trabalhe oito horas por dia a 85 dB.
Exposição segura ao som
Segundo a OMS, 85 decibéis (dB) até 8 horas é o nível máximo de
exposição sem riscos a que um ser humano pode se submeter. Confira o
volume máximo de exposição ao som que a OMS considera seguro:
- 85 dB: nível de
ruído no interior de um carro. Tempo máximo seguro: oito horas.
- 90 dB: cortador de
grama. Tempo máximo seguro: Duas horas e 30 minutos.
- 95 dB: ruído médio
de uma motocicleta. Tempo máximo seguro: 47 minutos.
- 100 dB: buzina de
um carro ou metrô. Tempo máximo seguro: 15 minutos.
- 105 dB: tocador de
mp3 no volume máximo. Tempo máximo seguro: Quatro minutos.
No relatório, a OMS também fez algumas recomendações para quem
pretende proteger a audição. São elas:
- Mantenha o volume baixo. Regule
o volume de seu tocador de mp3 para que nunca exceda 60% do volume total. Use
tampões de ouvido toda vez que for a um evento onde o ambiente seja
extremamente barulhento, como discotecas ou bares.
- Limite o tempo gasto em atividades barulhentas. A
duração da exposição ao ruído é um dos principais fatores por trás da perda de
audição. É aconselhável fazer breves descansos auditivos e limitar a uma hora
diária o uso de fones de ouvido.
- Preste atenção aos níveis seguros de exposição ao ruído. Use
a tecnologia dos smartphones para ajudá-lo a medir os níveis de exposição.
- Preste atenção aos primeiros sinais de perda de audição. A
OMS recomenda procurar imediatamente um médico se houver dificuldades para
ouvir sons agudos, como campainha, telefone ou despertador, ou entender a
conversa por telefone e até mesmo em ambientes barulhentos.
Fonte: Notícias UOL