terça-feira, 28 de outubro de 2014

Diagnosticando a menopausa precoce

Mulheres com o problema apresentam uma chance inferior a 10% de conceber naturalmente


Muita gente ainda acredita que essas duas palavras são sinônimos: climatério e menopausa. Mas não são. Embora mantenham uma estreita ligação, correspondem a dois estágios diferentes na vida de qualquer mulher. O primeiro refere-se ao período de transição entre a fase reprodutiva para a não-reprodutiva. A característica principal do climatério é o início do fim da função regular dos ovários. Nessa etapa, que começa alguns anos antes da menopausa propriamente dita, os ovários diminuem a produção de hormônios sexuais femininos, como o estrogênio. Até que, por volta dos 50 anos de idade, encerram suas atividades. Nesse momento, quando não há mais ovulação e cessa a menstruação, a chegada da menopausa pode ser decretada. 
Durante a menopausa, a mulher experimenta uma série de mudanças físicas, psicológicas e sociais importantes. Porém, para algumas mulheres, a menopausa chega com, pelo menos, 15 anos de antecedência, bem no período em que a maioria ainda pode ter filhos. Quando isso acontece, a mulher pode estar entrando em um quadro de menopausa precoce. 

O que é a menopausa precoce

A menopausa precoce é o quadro clínico que se apresenta quando a mulher entra na menopausa antes dos 32 anos, ou seja, período em que ela fica um ano ou mais sem menstruar com sintomas específicos. A menopausa precoce não é um distúrbio hormonal, mas a falência ovariana em uma mulher jovem. Essa falência prematura é a perda temporária ou definitiva da função gonadal (de produzir hormônios) que acontece após a menarca (primeira menstruação) e antes dos 40 anos de idade. Ela é caracterizada pela diminuição do número de óvulos e é essa condição que gera a alteração hormonal. 

Causas do problema

Não existe uma causa determinante para o surgimento do problema. A menopausa precoce pode ocorrer por vários fatores, como o histórico familiar, por exemplo. Na verdade, a idade da menopausa não está relacionada à época da primeira menstruação, mas sim quando a mãe e as irmãs da paciente entraram em menopausa. 

Há também outros fatores externos que podem antecipar a menopausa, como a remoção dos ovários ou de grande parte deles e os tratamentos contra o câncer, por exemplo. A radioterapia e a quimioterapia têm como objetivo impedir o crescimento celular. Porém, estes tratamentos não atingem apenas as células malignas, mas as que estão sadias também. Por isso, dentre outros efeitos colaterais, os tratamentos contra o câncer podem levar a uma falência prematura dos ovários. 
Existem ainda outros medicamentos que podem gerar a chamada menopausa química, que ocorre independentemente da idade da paciente. Um exemplo é o uso de um medicamento comumente indicado para casos de endometriose. Existem, ainda, doenças genéticas específicas que provocam distúrbios ovarianos, mas estas não são as grandes causadoras da menopausa precoce.
Sintomas da menopausa precoce
Ondas de calor - os chamados fogachos atingem 80% das mulheres. As ondas aparecem subitamente e duram de 5 a 30 minutos, acompanhadas de suor intenso e desconforto.

Suores noturnos e irregularidade menstrual - o fluxo menstrual vai diminuindo progressivamente. De vez em quando pode tornar-se abundante, parar por alguns meses, reaparecendo depois em ciclos esparsos.

Ressecamento vaginal - sintoma que provoca desconforto especialmente durante as relações sexuais.

Diminuição da libido - a vontade de praticar sexo sofre uma perceptível redução.

Incontinência urinária - por perda de tônus da bexiga.

Dores de cabeça e perda de memória.

Alterações na pele e nos cabelos.

Insônia, cansaço, nervosismo, alterações do humor e irritabilidade.
Aumento de peso, perda de força muscular e perda de massa óssea, com decorrente risco de osteoporose.

Chances de engravidar

A determinação da causa da menopausa prematura é importante para as mulheres que desejam engravidar. A mulher com menopausa precoce apresenta uma chance inferior a 10% de ser capaz de conceber. Suas chances aumentam em até 50% quando é realizada a implantação de óvulos de outra mulher no seu útero.   
Exames de sangue podem ser realizados para se investigar a presença de anticorpos que acarretam danos às glândulas endócrinas. Para as mulheres com menos de 30 anos de idade, uma análise dos cromossomos é geralmente realizada. 
Confirmado o diagnóstico, a regra para tratamento é a Terapia de Reposição Hormonal, a TRH. Seu uso é imprescindível nos casos de menopausa de origem cirúrgica ou provocada por quimioterapia, em virtude da intensidade destes sintomas. Além disso, a menopausa precoce é indicação precisa de Terapia de Reposição Hormonal, pois essas mulheres apresentam risco quatro vezes maior de desenvolver doenças cardíacas e 7 x maior de desenvolver osteoporose. 

Fonte: Minha Vida 

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