sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Acne: da prevenção ao diagnóstico

A acne é uma dermatose que provoca o surgimento de cravos, espinhas, cistos, caroços e cicatrizes na pele. Não chamamos uma única espinha de acne, mas, sim, o conjunto dessas manifestações muito comuns na adolescência – estima-se que entre 35% e 90% dos jovens nessa faixa etária sofram do problema.  Em menor proporção, a acne pode atingir também adultos – 1% da população masculina e 5% da população feminina. Entre as mulheres, a acne é mais frequente dos 14 aos 17 anos.  Entre os homens, pode chegar um pouco mais tarde, com maior frequência entre os 16 e 19 anos. As formas mais graves da acne são mais comuns no sexo masculino e as mais persistentes, no feminino, devido, principalmente à alta frequência dos distúrbios endócrinos.
A acne se desenvolve quando os poros da nossa pele ficam obstruídos. Essa obstrução é causada pelo excesso de sebo, células mortas e bactérias nos folículos pilosebáceos. Nosso corpo produz mais sebo quando há aumento da atividade hormonal. Mulheres também podem ter acne no período da menstruação, devido à flutuação hormonal, ou quando atingem a menopausa.
As áreas em que a acne se manifesta com maior frequência são rosto, pescoço, busto, costas e ombros, nas quais a quantidade de glândulas sebáceas (responsáveis pela produção de sebo) é maior. Todas as formas de acne podem ser controladas, e, em alguns casos, o problema se resolve espontaneamente.  É muito importante buscar tratamento, independentemente da idade do paciente.  Quando a acne se manifesta de forma intensa, pode prejudicar a qualidade de vida e a autoestima.

SINTOMAS
Os sintomas variam de acordo com o tipo de acne, e incluem:
- Cravos pretos (comedões abertos): aparece quando o sebo e as células mortas obstruem os poros.
- Cravos Brancos (comedões fechados): o acúmulo de sebo e células mortas, além de bloquear o poro também bloqueia a entrada do mesmo formando uma película. Esses cravos são de remoção mais difícil.
- Espinhas: além do excesso de óleo que bloqueia os poros, há também a proliferação da bactéria Propionibacterium acnes que aumenta nesse ambiente oleoso. A multiplicação do micro-organismo acarreta em pequena inflamação na área com pus. É a inflamação que faz com que a espinha tenha a aparência avermelhada, quente e inchada.
- Cistos: ocorrem quando a inflamação atinge a pele mais profundamente, podendo ser dolorosos  e formar cicatrizes permanentes. Este é o tipo mais grave de acne.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico da acne acontece através de exame clínico feito pelo dermatologista, que irá analisar as lesões e avaliar qual o grau da infecção. O quadro clínico pode ser dividido em estágios que vão apenas cravos, sem lesões inflamatórias até o surgimento súbito da acne com lesões graves, como cistos dolorosos com grandes cicatrizes.
Praticamente todos os casos de acne podem ser controlados, e alguns se resolvem espontaneamente. O tratamento pode ser tópico, com o uso de produtos contendo peróxido de benzoíla, ácido retinóico e seus derivados, antibióticos e ácido salicílico, bem como loções adstringentes e esfoliantes. Além dos produtos de uso tópico, há outras estratégias que podem ser utilizadas pelo dermatologista para obter resultados mais efetivos como antibióticos orais, pílulas anticoncepcionais e outros medicamentos que regulam os hormônios, podem ser úteis para as mulheres. Além disso, podem ser usados lasers e outras terapias com luz que tratam as cicatrizes e manchas residuais, peelings químicos e a famosa “limpeza de pele”, útil para remoção de cravos e pequenos cistos.

PREVENÇÃO
O aparecimento da acne depende da predisposição natural tanto para acumular sebo nos poros, quanto para controlar os hormônios naturalmente. Para quem já possui algum tipo de acne, há alguns cuidados que podem ser empregados para que o quadro seja amenizado,  dentre os quais:
- evitar o contato direto da pele com substâncias comedogênicas, como cosméticos e óleos.
- controlar o estresse.
- evitar alimentos muito gordurosos e calóricos.
- evitar exposição solar intensa.
- não “apertar” ou “espremer” as espinhas.


Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia SBD

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