quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Conheça os sintomas de diabetes em crianças

 Existem muitos casos em que as crianças desenvolvem diabetes e os pais não conseguem identificar. E, quando isso acontece, não sabem como controlar o problema. Por essa razão, selecionamos alguns sintomas que podem ajudar  os pais a observarem alterações no comportamento dos filhos.

Diabetes tipo 1:
Muita sede, aumento de fome, emagrecimento ou perda de peso, aumento da frequência em urinar, fraqueza, cansaço e tonturas, câimbras e formigamentos.

Diabetes tipo 2:
Normalmente não apresenta sintomas, mas os mais comuns são:
- Sede, necessidade de urinar com frequência, perda de peso e visão nublada.
  
O diagnóstico
   Quanto antes se diagnostique o diabetes, mais eficaz será o controle do seu quadro. Por isso, se notar alguma alteração no comportamento do seu filho, procure o pediatra. Se o diabetes não for detectado e tratado a tempo, pode causar uma mudança brusca na taxa de glicose no sangue.
   O diabetes normalmente é descoberto mediante uma análise que mede os níveis de glicose no sangue. A análise se realiza estando em jejum na noite anterior. Para o diabetes tipo 2, faz-se uma prova de tolerância oral à glicose e a maioria dos casos é reconhecida durante exames de rotina. Realizam-se análises de sangue e de urina, antes e depois de beber uma solução com glicose.

   O tratamento
   É definido de acordo com o tipo do Diabetes diagnosticado. Para o de tipo 1, normalmente o método adotado é à base de aplicações de injeções de insulina diárias. O conteúdo depende muito da necessidade que tenha o paciente. Ao mesmo tempo, faz-se o controle do nível de glicose no sangue.
   O fornecimento gratuito de medicamentos e insumos pelos Estados ou Municípios é garantido pela Constituição Federal. Em algumas localidades a distribuição tem sido espontânea. Para saber se em sua região esse processo administrativo é eficaz, além de em que locais retirar e quais as quantidades ou tipos de medicamentos/insumos são fornecidos, é necessário que se dirija a uma unidade do SUS mais próxima de sua residência e consulte no setor farmacêutico. Caso esta informação não esteja disponível ou não haja a devida distribuição, é recomendado o ingresso de uma ação judicial, visando ao cumprimento da Lei. Neste caso, o primeiro passo é buscar orientação com um advogado público (defensoria pública) ou particular.
   Para o Diabetes tipo 2, em regra geral, não é necessária a administração de medicamentos. Pode-se controlar a doença vigiando o índice de glicose no sangue, obedecendo a uma dieta adequada e praticando exercícios físicos todos os dias.

   No tratamento também se implica o estado emocional e social. Para que ele seja efetivo, é necessário um trabalho educativo realizado entre pais, familiares, médicos, professores e todos que tenham um contato mais direto com as crianças. 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Angina: risco silencioso não deve ser ignorado

  O coração, como todo músculo, tem uma resposta local e sistêmica quando submetido à condição de isquemia, isto é, uma insuficiente oferta de oxigênio e nutrientes. Quando isso ocorre, a pessoa sente dor torácica e desconforto que alertam que algo não vai bem, uma vez que não há naquele momento um equilíbrio entre a demanda e a disposição de oxigênio. Quando essa oferta é cessada de forma súbita ou prolongada, há possibilidade de infarto agudo do miocárdio.
   A angina (angina pectoris) é o sintoma típico de doença arterial coronária ou, em outras palavras, do estreitamento das artérias que conduzem sangue ao coração. Pessoas que apresentam crises de angina devem manter contato regular com o médico, vista que o quadro representa um risco de vida em potencial.
   O principal sintoma dessa disfunção é dor descontínua ou grande desconforto e pressão no peito. Em geral, a dor torna-se mais intensa durante a atividade física e diminui quando é interrompida. Alguns tipos de angina, no entanto, podem causar dor, mesmo quando a pessoa está em repouso ou até mesmo dormindo.  A sensação pode ainda se irradiar pela mandíbula e pelos ombros ou braços, sendo o mais comum o lado esquerdo do corpo.
   Outros fatores que podem agravar a angina são: estresse emocional, estômago cheio e exposição a baixas temperaturas. Em alguns casos, pode se manifestar por cansaço fácil, arritmias e desmaios, além de falta de ar. Qualquer um destes sintomas é suficiente para que seja buscado atendimento médico o mais breve possível.

Tratamento
   Em geral, a angina é tratada com medicação específica. Há casos em que são necessários procedimentos cirúrgicos como a implantação de pontes em artérias coronárias (as chamadas “pontes de safena ou mamária”) ou por cateter (angioplastias e stents), mais frequentemente.

Recomendações
   Certos cuidados são fundamentais para a prevenção e controle da angina. Por isso, fique atento:
* Fumar desencadeia crises de angina. Se você fuma, faça o possível para deixar o cigarro. O fumo sobrecarrega o coração, obrigando-o a trabalhar com mais vigor;
* Caso esteja acima do peso indicado, procure reduzi-lo. Não recorra a dietas milagrosas ou drásticas demais e de efeitos duvidosos. Perca peso gradativamente, optando por uma alimentação de baixo conteúdo calórico, pouco colesterol e muita fibra;
* Exercite-se regularmente. Discuta com seu médico a prática de exercícios condizentes com seu preparo físico, como caminhadas ou natação;
* Administre sua carga de estresse. Incorpore à sua rotina atividades que ajudem a reduzir os níveis de estresse e que promovam o bem-estar, como ioga, meditação, estar entre amigos, trabalho voluntário, entre outros;
* Controle a pressão arterial. Adote uma dieta de pouco sal e aumente a ingestão de potássio e cálcio: bananas e batatas são ricas em potássio e laticínios de baixo teor de gordura, como iogurte e leite desnatado, são ricos em cálcio;
* Modere a ingestão de álcool. Nunca tome mais do que duas doses por dia. Uma dose de bebida destilada equivale a um copo de vinho ou a uma latinha de cerveja;
* Faça refeições menores e com maior regularidade. Condicione sua alimentação diária a quatro ou cinco refeições leves em vez de três substanciais;
* Descanse por trinta ou quarenta minutos após as refeições;
* Evite temperaturas extremamente baixas ou muito elevadas;
* Não espere muito para tomar a medicação contra angina. Tome-a de maneira profilática antes de iniciar tarefas extenuantes. Numa crise, quanto mais cedo tomar o remédio, mais eficiente será seu efeito.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Vômito excessivo na gravidez: O que é Hiperêmese Gravídica?

   Um diagnóstico de nome esquisito e complicado tem assustado as futuras mamães nos últimos tempos. Mas o que se esconde por trás desse nome difícil? “Define-se a hiperêmese pela presença de vômitos persistentes, associados à perda de peso acima de 5% da massa corporal anterior à gravidez, além do acúmulo de corpos cetônicos na urina (cetonúria), resultado da metabolização de gorduras para a obtenção de energia. Geralmente, ocorre no primeiro trimestre de gravidez”.
   A condição não é comum – acontece somente em 0,3% dos casos. Em outras palavras, apenas três grávidas em mil passam pelo incômodo, que inclui sintomas bastante desconfortáveis para a mulher. “Basicamente, são vômitos incoercíveis, com perda de peso acelerada e desidratação, chegando a quadros extremos de disfunção hepática ou renal”, comenta a obstetra Vanessa Anacleto, ginecologista e obstetra do Centro Médico Frei Caneca, em São Paulo.
   A diferença entre a hiperêmese e os quadros normais de enjoo na gravidez é a intensidade. No primeiro caso, a paciente acaba percebendo que a náusea ultrapassa os níveis normais e procura um médico. A situação é tão desagradável que muitas mulheres pensam duas vezes antes de engravidarem novamente. “Elas relutam em aceitar a ideia de gerar um segundo filho por temerem a repetição das mesmas condições”.
   A origem do problema, aliás, é desconhecida, mas existe uma tese mais aceita pelos médicos: “Acredita-se que essa náusea severa é provocada por um aumento nos níveis hormonais. No entanto, a causa absoluta é ainda incerta. Estudos mais recentes têm colocado em evidência fatores genéticos. Filhas de mães que sofreram de hiperêmese gravídica desenvolvem a condição três vezes mais que as outras mulheres”. Outro dado importante é o de que a doença pode surgir com mais frequência durante a gestação de gêmeos.
   Apesar de não haver um método de prevenção, existem diversas linhas de tratamento, que vão desde a orientação quanto a uma dieta mais adequada até a acupuntura, passando por psicoterapia, acupressão e massoterapia. Também é indicada a hidratação intravenosa ou a associação de remédios antieméticos, anti-histamínicos e antirrefluxo. “Em último caso, indicamos a introdução de nutrição parenteral”. Ou seja, alimentação por outra via que não oral, geralmente pela veia.

   Não há a necessidade de repouso integral, mas a gestação pode ser considerada de risco, já que há a possibilidade de desidratação grave. “Se o problema for tratado a tempo, dificilmente haverá riscos para o feto e a mãe. Em geral, como a hiperêmese tende a melhorar na segunda metade da gestação, a tendência é de não haver consequências após a gravidez”, conclui a especialista.
Dra. Vanessa M. Anacleto
CRM SP 130714
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia