Anemia
falciforme é uma doença que passa dos pais para os filhos e é caracterizada
pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma
foice, dando origem ao nome falciforme. Quando isso ocorre, as células têm sua
membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.
A doença é mais
comum entre os negros. No país, eles representam cerca de 8% dos casos e,
devido à intensa miscigenação brasileira, a patologia pode ser observada também
em pessoas brancas e pardas.
Sintomas
Os sintomas
desse tipo de anemia podem variar em cada indivíduo: algumas pessoas podem
apresentar sintomas leves, enquanto outras desenvolvem um ou mais sinais
intensos. De maneira geral, aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida
da criança. São eles:
- Icterícia (cor amarela nos olhos e pele): é o sinal
mais frequente da doença. O quadro não é contagioso e não deve ser confundido
com hepatite. Quando o glóbulo vermelho se rompe, surge um pigmento amarelo no
sangue (a bilirrubina), fazendo com que o branco dos olhos e a pele fiquem
amarelados;
- Crise de dor: é o sintoma mais frequente da doença,
causado pela obstrução de pequenos vasos sanguíneos, provocados pela ‘foice’
dos glóbulos vermelhos. A dor é mais frequente nos ossos e nas articulações,
mas pode atingir qualquer parte do corpo. As crises têm duração variável e
podem ocorrer várias vezes ao ano. Geralmente, elas estão associadas ao tempo
frio, infecções, período pré-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou
desidratação;
- Síndrome mão-pé: em crianças pequenas, as crises de dor
podem ocorrer nos pequenos vasos sanguíneos das mãos e dos pés, causando
inchaço, dor e vermelhidão no local;
- Infecções: as pessoas com doença falciforme têm maior
propensão a infecções e, no caso das crianças, chances de desenvolver pneumonia
e meningite. Por isso, elas devem receber vacinas especiais para prevenir
complicações. Ao primeiro sinal de febre, deve-se procurar o hospital onde é
feito o acompanhamento da doença. Esta medida certamente contribuirá para que a
infecção seja controlada com mais facilidade;
- Úlcera na perna: ocorre mais frequentemente próximo aos
tornozelos, a partir da adolescência. As feridas podem levar anos para a
cicatrização completa, se não forem bem cuidadas no início. Para prevenir o seu
aparecimento, os pacientes devem optar pelo uso de meias grossas e sapatos;
- Sequestro do sangue no baço: em crianças acometidas por
essa doença, o baço (órgão que filtra o sangue) pode aumentar rapidamente por
sequestrar todo o sangue, levando à morte pela falta deste em outros órgãos, como o cérebro e o coração,
rapidamente. É uma complicação da doença que envolve risco de morte e exige
tratamento emergencial.
Diagnóstico
e Tratamento
A detecção é
feita através do exame eletroforese de hemoglobina. O Teste do Pezinho básico,
realizado gratuitamente nos primeiros dias de vida do bebê, permite o
diagnóstico precoce desta e demais hemoglobinopatias.
Quando detectada
a anemia falciforme, o bebê deve receber acompanhamento médico adequado, num
programa de atenção integral e que deverá ser seguido por toda a vida. Nele, o
paciente é assistido por uma equipe de profissionais capacitados para o
tratamento dessa doença, com a tarefa de
orientar sua família a reconhecer rapidamente os sinais de gravidade, a tratar
adequadamente as crises e a praticar medidas preventivas.
A equipe é
composta por médicos, enfermeiras, assistentes sociais, nutricionistas,
psicólogos, dentistas, entre outros.
Como qualquer
criança, as que são portadoras de anemia falciforme devem ter seu crescimento e
desenvolvimento acompanhados.
Não há
tratamento específico e a cura ainda é desconhecida. Os portadores demandam
acompanhamento médico constante (quanto antes iniciar, melhor será o
prognóstico) para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação, além
de prevenir infecções e controlar as crises de dor.
Recomendações
O reconhecimento
de sintomas e algumas dicas podem ser decisivos para a vida dos portadores de
anemia falciforme. Saiba o que fazer:
* Exija que o Teste do Pezinho seja feito em seu filho/a
logo depois do nascimento. Se for constatado que é portador de anemia
falciforme, encaminhe-o logo para um médico especialista;
* Procure imediatamente assistência, se a pessoa
apresentar uma crise de dor. Embora ela possa ser tratada com analgésicos,
repouso e ingestão de muito líquido em casa, às vezes, somente o médico será
capaz de avaliar a necessidade de internação hospitalar;
* Entenda a febre como um sinal de alerta e não faça uso
de medicamentos sem a orientação clínica dos responsáveis pelo acompanhamento
do caso;
* Caso a pessoa fique pálida de repente, leve-a
imediatamente ao hospital mais próximo;
* Lembre-se de que alterações oculares podem ocorrer
nesses pacientes. Por isso, eles devem ser avaliados periodicamente por um
oftalmologista.
FONTE: MINHA VIDA e BLOG DR. DRAUZIO VARELLA
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